O caseiro arrasta o rapaz pela areia até a varanda. Ali jaziam os corpos mortos de seus sogros, amarrados e com, cada um, três cavidades no tórax, pelas quais escorria o líquido vermelho de sempre. Mortos. Pais e filha. Em um instante perdera tudo que ainda tinha no mundo. E por que isso? Por conseguir sobreviver?
"Hey moleque, tu tens sorte", diz o caseiro. Então o rapaz toma uma atitude inesperada. Morde a própria língua. Jaz ali, ao lado de seus antigos-futuros-sogros. Três corpos. E nenhum pagamento.
O caseiro fica inerte, sem compreender. Então ouve um barulho de motor vindo apressado pelo caminho de entrada. E a vê. Seus cabelos ruivos esvoaçando pelo caminho atrás da bela cabeça. Seus seios fartos oscilando na vertical a cada irregularidade do terreno. Trazia um machado. O caseiro esfregou, instintivamente, o próprio pescoço.
"Mas já chegou?", perguntou-lhe a ruiva. "Achei que não teria matado eles até a noite de hoje. Noto que estás te sobressaindo, superando expectativas."
Então ela percebe o corpo do irmão. Nota o sangue saindo abundantemente de sua boca, olha para o caseiro, e liga tudo de forma errada. Levanta o machado e aplica três golpes ao pescoço do homem de cabelos grisalhos. O cinza torna-se vermelho. A cabeça separa-se do corpo.
A ruiva beija a testa de seu irmão e monta em sua moto. Precisava caçar.
Prática Isolacionista
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A luz de fora entra por uma fresta, presto atenção na minha r...
Há 3 meses
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