terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Cronologia aleatória, final.

E todo esse trabalho para esconder que eram irmãos! Se o chefe soubesse, a caçaria também. Nessa altura ele provavelmente estava morto. Sabia que o irmão escaparia dessa, mas não fazia ideia de que o caseiro viria vingar a morte do chefe. Maldito! Acelerou, ondulando entre as duas pistas de sua mão da rodovia, enquanto pensava em onde poderia achá-los. Tinha que roubar-lhes até o último centavo, fazê-los penar. Imbecis! Paus mandados! E toda essa besteira porque o chefe achou que a morte de seu irmão deixaria a futura cunhada frágil e aberta a novas oportunidades. Ainda mais tendo seus pais "desaparecidos". Certamente procuraria ajuda sentimental, ao menos era o que ele pensava. Homens, estúpidos! Como fazem bobagens!

Entrou pela portaria do condomínio sem nem parar. Levava o machado preso à cinta. Sabia há eras o prédio onde eles passavam os dias ociosos. Haviam de estar ali. Subiu o prédio de paredes que um dia foram brancas. Era o terceiro à esquerda, pelo caminho central. Terceiro andar. Porta verde. Forçou a porta sem fazer ruídos. Estava destrancada. Entrou furtivamente pelo apartamento. Chegou ao quarto, abriu uma gaveta, removeu a carteira de ambos de dentro dela e virou-se para a porta. O maior deles estava parado, com um revólver apontado para ela. Bang. Bang. Bang. Três tiros, no tórax. O sangue fluiu pelos buracos enquanto ela vislumbrava os últimos frames de sua vida.

Os dois homens? Pegaram seus pertences, sua recompensa, e fugiram. Nunca mais se ouviu falar deles. Os nomes do chefe, do caseiro, do rapaz, da loira e de seus pais apareceram na capa dos jornais durante todo o resto da semana. Supunha-se um serial killer, e eles seriam todas as vítimas encontradas. Ainda apareciam em algum canto dos jornais pelo resto do mês.

E a garçonete? Uma nota no obituário, três dias depois.

Nenhum comentário:

Postar um comentário